domingo, 21 de outubro de 2012

Que Boa Viagem?

Há alguns anos que vêm desaparecendo os restaurantes e bares da frente mar na Av. de Boa Viagem e até hotéis (Boa Viagem e Savaroni ) para dar lugar ao betão, a enormes torres de apartamentos. A especulação e interesses imobiliários vão-se sobrepondo ao lazer, ao turismo, à animação e diversão nesta bela praia de Recife.
O Barzinho Boteco no 2º Jardim encerrou (foi demolido) recentemente e igual caminho levou a Churrascaria Ponteio, que reabriu com novas instalações mais atrás, onde era a Churrascaria Laçador (R. Visconde Jequitinhonha).
Quem visita actualmente a praia de Boa Viagem encontra na verdade muito menos turistas e banhistas (mesmo estrangeiros) por aqui. O movimento no calçadão de Boa Viagem também já é menos intenso. Tudo isto porque a orla de Boa Viagem está a deixar de ser atrativa como local turístico e de lazer. À noite quem por lá passeia nota a queda de movimento.
Na imagem vemos o local onde funcionou a Churrascaria Ponteio e   existiam mais dois edifícios contíguos até à Pracinha de Boa Viagem. Aqui certamente vão nascer mais duas ou três torres (ou mais) de apartamentos de 30 pisos ou superior.
O mar que também tem feito progressos, avançando e "comendo" areia, vai reduzindo a praia a uma estreita faixa que desaparece quando na praia-mar de maiores marés, pelo menos para a direita  do Hotel Vila Rica no sentido da Pracinha de Boa Viagem.
Tudo isto, associado à escalada de preços e diárias de alojamento nos hotéis nesta zona, afasta os turistas.
 
No futuro Boa Viagem será só bairro residencial em altura, praia pouco frequentada  durante dias de semana e com multidões de  pessoal do interior e arredores de Recife aos fins de semana e feriados?

Que Boa Viagem no futuro e que futuro para a Orla e Praia de Boa Viagem?
Que turismo em Boa Viagem ?

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

BV A dura caminhada

A história da praia de Boa Viagem não pode ser feita, nem contada sem se citar os homens, mulheres, jovens e crianças também, que percorrem a praia de lés-a-lés vendendo qualquer coisa para angariar algum dinheiro para seu sustento e/ou da família.
Cada vendedor transporta consigo a necessidade de conseguir ganhar o suficiente para que nada, o pouco de que precisa, lhe falte e à família. Algumas destas pessoas são de uma humildade notável e muitas contam-nos histórias da sua vida que são grandes lições de vivência comunitária e de relações humanas.
No rosto de algumas destas pessoas é visível o sofrimento que transportam consigo, mercê da marginalização para que são atiradas nesta sociedade dominada por teorias económicas exploradoras das pessoas, onde "é lei" o ser humano ser competidor e egoista, em vez de solidário, para sobreviver.